Calma, este não é um texto filosófico, de auto ajuda ou ainda sobre medicina ou remédios. Vamos conversar um pouco sobre negócios e vamos começar com uma pergunta curta, mas importantíssima:

Quais são as dores dos seus clientes?

Estava procurando uma definição de empreendedor e esta do Sebrae veio bem a calhar:

“Numa visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação.”

Este conceito resume tanta informação que vale a pena detalhar e discutir cada item em separado, para depois termos uma visão do todo.

O conceito inicia trazendo o aspecto inovador do empreendedor com “(…) podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo (…)”. Essa é talvez a característica mais pensada quando lembramos desse tema. Alguns dos clichês mais falados em qualquer lugar são Steve Jobs e o iPhone/iPad, Bill Gates e os produtos da Microsoft, Mark Zuckerberg e o facebook e por aí vai. Saindo da área digital podemos lembrar de Abílio Diniz e Jorge Paulo Lemann, com sua habilidade ímpar de criar e alavancar grandes negócios.

Se você me permite, vamos explorar o fim antes do meio: “(…) aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação”. Esse trecho poderia ser resumido em uma só palavra: AÇÃO! Em todas as áreas os empreendedores são reconhecidos por suas características de sempre colocar a mão na massa. Talento é importante? Sim. Planejamento é importante? Sim. Mas de que isso adianta sem agir? Muito pouco ou quase nada. Esta provavelmente é a explicação para o insucesso daqueles que tentam criar coisas novas mas ficam sempre planejando, estudando, codificando e etc.

Agora vamos para o terceiro conceito envolvido no conceito do Sebrae, aquele que traz a grande motivação para escrever esse texto. O conceito diz que empreendedor é aquele “que vê o que ninguém vê”. Mas o que realmente isso quer dizer? Que coisa especial é essa que os empreendedores vêem e o restante não? OPORTUNIDADE. Em outras palavras, os empreendedores são especialistas em identificar problemas ainda não resolvidos. Vamos aos exemplos:

  • O Flávio Augusto (da WiseUp) percebeu que os cursos de inglês não atendiam aos adultos que precisavam aprender rápido a falar inglês. Criou os cursos de 18 meses da Wiseup focados em ensinar inglês para adultos.
  • Os fundadores da iFood perceberam que a forma de fazer delivery utilizada pelos restaurantes (descentralizada e pelo telefone) era pouco efetiva para restaurantes e clientes.

E como treinar nossos olhos para ver as oportunidades? Conhecendo as dores dos seus clientes. Simples assim. Um empreendedor de sucesso nada mais é do que alguém que conhece seus clientes e se propõe a solucioná-los. Muitas vezes isso ocorre de maneira instintiva, mas sempre é assim. Voltando à pergunta do início do texto:

Quais são as dores dos seus clientes?

Se a sua resposta não está na ponta da língua, corra para descobrir! Este conceito é aplicável para qualquer um. Vendedores, empreendedores, advogados, contadores, funcionários públicos, gerentes e etc, TODOS temos clientes. Conhecer as dores é fundamental para termos sucesso em nossas empreitadas.

Um empreendimento que dá certo nem sempre é aquele mais inovador, nem o que chega primeiro, nem o mais bonito. Certamente terá mais sucesso aquele que conhecer melhor as dores do cliente.

Finalizando, vou deixar uma frase do Paul Graham sobre Mark Zuckerberg (e que o Artur Vilas Boas me mostrou):

Mark Zuckerberg didn’t succeed because he was an expert on startups. He succeeded despite being a complete noob at startups, because he understood his users really well.

“Mark Zuckerberg não foi bem sucedido porque ele era um especialista em startups. Ele foi bem sucedido apesar de ser um completo novato em startups, porque ele entendia seus usuários muito bem.”